Em um cenário de competitividade crescente e consumidores cada vez mais exigentes, as empresas precisam buscar formas inovadoras de impulsionar o faturamento e fidelizar sua base de clientes. Uma dessas estratégias tem sido o desenvolvimento de soluções próprias de pagamento, um modelo que alia tecnologia, crédito e relacionamento direto com o consumidor. Esse movimento é altamente relevante para a consultoria econômica empresarial, pois oferece novas fontes de receita e fortalece a posição das marcas no mercado.
Grandes grupos como Supernosso, MartMinas e Vivo já implementaram soluções próprias de crédito, transformando a forma como lidam com os consumidores. A utilização de cartões próprios, linhas de crédito embutidas e sistemas de pagamento internos permite às empresas controlar todo o processo financeiro da venda. Além disso, esse tipo de iniciativa fortalece o relacionamento com o cliente, criando um ecossistema de fidelização e retorno constante.
Consultorias econômicas como a nossa têm papel fundamental ao orientar empresas sobre a viabilidade, os riscos e os benefícios dessas soluções. Por meio de análise de dados, avaliação de mercado e modelagem de riscos, elas ajudam os gestores a tomar decisões mais seguras e alinhadas com os objetivos estratégicos. Neste artigo, vamos explorar como a consultoria econômica pode alavancar esses modelos de pagamento próprio, detalhando exemplos reais, ferramentas disponíveis e as tendências desse mercado em expansão.
Por Que Investir em Meios Próprios de Pagamento Pode Ser Estratégico?
A implementação de sistemas financeiros próprios, como cartões de crédito exclusivos, é uma estratégia que vai além da simples oferta de crédito. Ao internalizar esse processo, a empresa se apropria de uma etapa da cadeia de valor que antes era terceirizada, como no caso das operadoras tradicionais. Isso resulta em ganhos financeiros diretos com o recebimento de juros, taxas e outras formas de monetização, que antes eram destinados às instituições bancárias.
Além disso, ao oferecer formas próprias de pagamento, a empresa consegue personalizar promoções, facilitar parcelamentos e oferecer condições exclusivas para clientes fiéis. Isso não só estimula novas compras como também promove maior lealdade do consumidor. Consultores econômicos avaliam esses benefícios em projeções de receita, analisando como a iniciativa pode impactar positivamente os resultados da empresa no curto, médio e longo prazo.
A fidelização é um dos pilares centrais dessa estratégia. Segundo especialistas, quando o cliente utiliza um meio de pagamento da própria empresa, ele tende a concentrar mais compras naquela marca, diminuindo a concorrência. Com isso, o negócio não apenas aumenta o ticket médio, como também reforça a identidade da marca no imaginário do consumidor — um ganho intangível, mas de alto valor estratégico.
O Caso Supernosso: Crédito Interno como Ferramenta de Crescimento
Um dos exemplos mais emblemáticos no Brasil é o do grupo Supernosso, que lançou o “Nosso Pay” — um cartão próprio aceito em todas as lojas da rede e também no Apoio Mineiro, atacarejo do mesmo grupo. A empresa criou uma linha de crédito exclusiva que facilita a adesão dos consumidores por meio de benefícios como descontos, frete grátis e participação em clubes de vantagens.
De acordo com Daniela Ladeira, CFO do grupo, a modalidade representa hoje cerca de 25% do faturamento total. Esse dado revela o potencial das soluções de pagamento próprio não apenas como meio de relacionamento, mas também como gerador direto de receita. Consultorias podem analisar esses números para prever o impacto em outras redes de varejo que estejam considerando estratégia semelhante, com simulações de ROI e viabilidade financeira.
Outro ponto relevante destacado por Ladeira é o controle que a empresa passa a ter sobre o ciclo financeiro. Isso permite uma gestão mais eficiente do capital de giro, além de oferecer flexibilidade ao consumidor para parcelar suas compras de forma alinhada com seu fluxo de pagamento pessoal. Para os consultores econômicos, esse alinhamento entre capacidade de consumo e controle financeiro da empresa é fundamental para recomendar esse tipo de solução a seus clientes corporativos.

Embedded Finance: A Nova Fronteira para Empresas Não Financeiras
O conceito de “embedded finance”, ou finanças embutidas, tem ganhado força no Brasil e no mundo. Essa abordagem permite que empresas não financeiras ofereçam serviços como crédito, seguros e meios de pagamento diretamente ao consumidor final, sem a necessidade de se tornar um banco. Na prática, isso significa transformar o varejista em um provedor financeiro — o que exige uma nova lógica de gestão, amplamente apoiada por consultorias especializadas.
Empresas como a Retail Payment Ecosystem (RPE) têm atuado fortemente nesse mercado, oferecendo toda a infraestrutura tecnológica para que empresas de diversos segmentos implementem seus próprios serviços financeiros. O diretor de novos negócios da RPE, Pedro Albuquerque, observa que muitos setores ainda não se deram conta do potencial que têm nesse tipo de operação. Consultores, nesse cenário, atuam como catalisadores do conhecimento e da inovação.
A implementação do embedded finance, no entanto, exige uma análise profunda de riscos, compliance regulatório, perfil do consumidor e capacidade de cobrança. Por isso, o papel das consultorias econômicas é crucial para garantir que as decisões sejam baseadas em dados concretos, cenários realistas e estratégias bem delineadas. Sem essa base, os riscos podem superar os benefícios esperados, comprometendo a saúde financeira da empresa.
Consultoria Econômica como Aliada no Planejamento Estratégico
A atuação da consultoria econômica vai muito além de simplesmente apresentar relatórios. Ela deve participar ativamente da construção do modelo de negócios, propondo melhorias e adaptações conforme o perfil do mercado e da empresa. No caso das soluções de pagamento próprio, essa parceria é essencial para mapear as oportunidades de monetização e os desafios que o modelo pode apresentar.
Entre as atividades que uma consultoria pode desenvolver estão a análise de mercado, o estudo de viabilidade econômica, a modelagem financeira e a avaliação de riscos. Além disso, o suporte na definição de KPIs (indicadores de desempenho) garante que os gestores possam acompanhar os resultados do projeto em tempo real, ajustando estratégias sempre que necessário. Essa visão orientada por dados é o diferencial competitivo de empresas bem assessoradas.
Vale lembrar que a consultoria também tem o papel de articular parcerias estratégicas com fintechs, plataformas de crédito e fornecedores de tecnologia. Esses parceiros podem viabilizar a implementação da solução de forma mais rápida e eficiente, reduzindo o tempo de adaptação ao mercado e potencializando os retornos esperados. Uma boa consultoria, nesse sentido, atua como integradora de soluções e impulsionadora de inovação.

Desafios e Cuidados na Implementação de Meios Próprios de Pagamento
Apesar das vantagens, a adoção de soluções financeiras próprias também traz desafios importantes. Um dos principais é a inadimplência. Ao conceder crédito diretamente ao consumidor, a empresa assume o risco de não receber os valores das compras realizadas. Consultorias econômicas devem estruturar modelos de score de crédito e análise preditiva para minimizar esse risco e garantir a sustentabilidade da operação.
Outro desafio é o cumprimento das normas regulatórias. Mesmo sem ser uma instituição financeira, a empresa precisa obedecer a regras estabelecidas pelo Banco Central e outros órgãos reguladores. Consultorias especializadas em economia e direito regulatório devem atuar juntas nesse processo, garantindo conformidade e mitigação de riscos legais.
Por fim, é necessário investir em educação financeira do cliente. Quando o consumidor compreende melhor como utilizar o crédito de forma consciente, os índices de inadimplência caem e a relação com a empresa se fortalece. Consultores podem ajudar a desenvolver campanhas de orientação e materiais educativos que apoiem essa conscientização, tornando o meio de pagamento próprio uma ferramenta sustentável e ética.
Tendências Futuras: Pagamentos Integrados, Digitalização e Inteligência de Dados
O futuro das soluções próprias de pagamento está diretamente ligado à digitalização e à inteligência de dados. Empresas que já adotam meios próprios estão agora integrando essas soluções com aplicativos, programas de fidelidade e plataformas de e-commerce, criando ecossistemas digitais altamente personalizados. Consultorias com domínio em ciência de dados e tecnologia se tornam parceiras estratégicas nesse processo de transformação.
A utilização de dados de consumo permite que a empresa conheça profundamente o comportamento do cliente e antecipe necessidades. Isso abre espaço para a oferta de crédito personalizado, promoções direcionadas e experiências de compra mais fluídas. A consultoria econômica passa a ter um novo papel: o de analista comportamental e de tendências, contribuindo para decisões mais assertivas baseadas em big data.
Além disso, a ascensão das moedas digitais e dos pagamentos instantâneos (como o Pix) abre um novo campo para a personalização dos meios de pagamento próprios. Empresas poderão, no futuro próximo, oferecer carteiras digitais exclusivas, cashback programado e outros benefícios integrados ao comportamento de compra. Consultores devem estar atentos a essas transformações para oferecer aos seus clientes corporativos soluções sempre alinhadas com as melhores práticas de mercado.

A Nova Era do Crédito Empresarial sob Consultoria Estratégica
A implementação de soluções próprias de pagamento representa um passo importante na autonomia financeira das empresas e na consolidação de estratégias de fidelização. Como vimos ao longo deste artigo, esse modelo oferece ganhos relevantes em receita, controle de fluxo financeiro e relacionamento com o cliente, desde que bem planejado e executado.
Consultorias econômicas assumem protagonismo nesse contexto, atuando como parceiras estratégicas que unem análise, tecnologia e inovação. Elas orientam os gestores em cada etapa do processo, desde a concepção da ideia até sua operacionalização, passando por avaliação de riscos, compliance e análise de dados em tempo real.
Para empresas que buscam crescimento sustentável e diferenciação no mercado, investir em meios próprios de pagamento — com o suporte de uma consultoria econômica sólida — pode ser o diferencial necessário para liderar no futuro do varejo. O momento é agora: preparar-se para essa transição é mais do que uma escolha estratégica, é uma necessidade competitiva.
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