Uma característica contábil inerente de qualquer empresa é possuir custos fixos e variáveis, que resultam no custo total de produção.
Lembrando que os custos de uma empresa estão sempre ligados a sua atividade fim, seja prestar um serviço ou fabricar um produto específico.
Apesar desse padrão, muitos empresários têm dúvida acerca desse conceito tão importante e capaz de provocar mudanças financeiras significativas no seu negócio, caso seja aplicado com sabedoria.
Por isso, neste artigo vamos abordar esses conceitos e suas aplicações práticas para que você entenda de vez a diferença entre custos fixos e variáveis.
Além disso, vamos dar algumas dicas para que você otimize os custos da sua empresa.
Se interessou? Então continue lendo.
O que são os custos fixo e variáveis?
Custos fixos, de forma intuitiva, são aqueles que não variam conforme a empresa produz ou fatura.
Já os custos variáveis estão diretamente atrelados com a quantidade produzida, de forma que se uma empresa produz mais unidades, maior serão seus custos variáveis.
Aém disso, os custos fixos e variáveis são registrados na DRE (Demonstração do Resultado do Exercício).
O que é custo fixo?
Assim como vimos, o custo fixo é aquele que não varia conforme a quantidade produzida pela empresa.
Por isso recebe esse nome, já que se mantém fixo independentemente da produção ou faturamento que uma empresa apresente no período.
Sendo uma das pricipais diferenças entre os custos fixos e variáveis.
Por exemplo:
A realidade mais comum dentre os varejistas é de alugar um ponto para instalar sua empresa, já que para comprar o ponto o empresário incorreria em um elevado investimento inicial.
Assim, essa empresa precisa arcar com o aluguel mensal desse ponto.
Usaremos como exemplo uma padaria.
Note que, se a padaria produzir apenas 20 bolos neste mês, o seu aluguel vai ser o mesmo que se ela produzir 100 bolos.
Como o valor do aluguel é fixo, independentemente da quantidade produzida, ele é classificado como um custo fixo.
Quais são as principais características dos Custos Fixos?
Como você pôde perceber, conseguimos resumir quais são as principais características dos custos fixos em apenas 1: o custo fixo não varia (independe) da quantidade produzida pela empresa.
Além do aluguel, podemos citar outros exemplos de contas que também entram como custos fixos:
- Salário dos Funcionários
- Taxa de Condomínio (em alguns casos, pode estar atrelada ao faturamento)
- Depreciação de máquinas e equipamentos
Perceba que, assim como o aluguel, esses custos não variam.
Assim como mostramos, mesmo que a padaria fique fechada e não produza nenhum bolo, ainda assim possui a obrigação de pagar o salário de seus funcionários e o aluguel para o seu locatário.
Essa característica inerente aos custos fixos é usada pelas empresas mais rentáveis do mundo!
Essas empresas possuem Custo Fixo Médio (custo fixo total dividido pela quantidade produzida) bastante reduzido, o que significa que elas conseguem diluir bastante o seu custo fixo, tornando-as mais rentáveis.
O que é considerado custo variável?
Já os custos variáveis são aqueles que mudam de acordo com a atividade ou a produção de uma empresa.
O principal ponto de diferença entre os custos fixos e variáveis é que os variáveis acompanham o nível de produtividade, sendo mais fáceis de controlá-los ou modificá-los em uma eventual mudança de cenário.
Por exemplo, em um cenário negativo podemos reduzir os custos variáveis simplesmente produzindo em menor quantidade ou modificando a estrutura operacional da empresa, em um cenário positivo os custos variáveis aumentariam em decorrência do aumento da demanda.
Exemplos
Aqui usaremos um exemplo de uma sorveteria, é comum que ocorra mudanças no faturamento neste tipo de comércio em diferentes épocas do ano.
No verão, a demanda por sorvete tende a ser maior e, consequentemente, haverá aumento no número de vendas.
Com o aumento no número das vendas e, paralelamente, no faturamento, ocorre um impacto pontual nos custos da empresa, uma vez que a empresa irá consumir mais matéria-prima, água, energia, entre outros, para atender a demanda excedente.
Por isso, tais custos são classificados como variáveis.
Como diferenciar os custos fixos e variáveis?
Entendi quais são os custos fixos e variáveis. Mas como diferenciar eles na prática?
Percebemos que os custos variáveis são, na grande maioria das vezes, matéria-prima, mão de obra (a depender da situação), insumos de produção direto e indireto, publicidade, entre outros.
Porém, os custos são classificados a depender da empresa e da forma como ela despende seus recursos.
Como vimos, o custo com mão de obra (folha salarial) costuma ser classificado como fixo, em períodos típicos.
Mas também ser classificado como custo variável, se estivermos levando em consideração a hora extra despendida em períodos de maior produção, atípicos.
Ao contrário do custo fixo, o custo variável sofre alterações de curto, médio ou longo prazo (menos comum).
Essa alteração, geralmente, está relacionado a alguma variável na produção ou nas vendas.
Saber a diferença entre custo fixo e variável é extremamente importante para o empreendedor, pois é através deles que podemos saber o escalabilidade do produto ou do empreendimento.
Para ficar mais claro, uma empresa que possui suas operações pautada em custos fixos, minimizando o impacto dos custos variáveis na produção, tende a ser mais escalável, pois a quantidade de produtos produzidos não gera tanto impacto nos custos da empresa.
Os custos fixos são mantidos mesmo que a empresa não produza absolutamente nada. Essa foi a principal dificuldade que os pequenos negócios enfrentaram durante a pandemia.
Mesmo com o estabelecimento fechado e sem vender, as empresas ainda têm obrigações como aluguéis, fornecedores, empréstimos, entre outros.
Quando um custo fixo se torna variável?
O custo fixo na empresa A pode ser considerado como custo variável na empresa B, isso ocorre devido ao modelo de funcionamento e negociação de cada empresa.
Para exemplificar falaremos do modelo praticado em vários shopping centers.
Muitos dos espaço em shopping possuem contratos atípicos de aluguéis com valor mínimo e atrelado ao faturamento do lojista, ou seja, uma loja de artigos esportivos possui aluguel fixo de R$2.000,00 para um faturamento máximo de R$200.000,00 mensal.
A partir do momento em que a sua loja começa a faturar acima do máximo estabelecido, será cobrado um percentual adicional de 0,5% sobre o excedente.
É nítido que aluguel deste lojista pode ser considerado custo fixo (até certo ponto) e como um custo variável tendo em vista o percentual adicional e a sazonalidade recorrente nos shoppings – principalmente em datas comemorativas.
Por isso, observe bem seu modelo de negócio para identificar claramente quais são os custos fixos e variáveis dele.
Como calcular os custos fixos e variáveis de uma empresa?
Há algumas formas de se calcular os custos variáveis de uma empresa, dentre elas o custeio por absorção.
No custeio por absorção a empresa soma os custos fixos e variáveis, ou seja, o Custo Total, e os divide sobre a quantidade total produzida, sendo esse um dos métodos mais utilizados na contabilidade.
Outro método bastante utilizado é o custeio padrão. Neste método é considerado a fase de pré-produção do produto.
O preço do produto será determinado pela estimativa de gastos resultante do procedimento, através de dados históricos de gastos e estimativas de margens de lucro por unidade.
É comum utilizarmos de outros recursos para modelagem dos custos.
Uma boa forma de como calcular custo variável é através do custo variável unitário.
Neste caso, podemos substituir a variável unidade produzida por serviços, quilometragem, área ou qualquer outro indicador que seja adequado para o seu empreendimento.
Conclusão
Apesar dos conceitos de custo fixo e variável serem de fácil compreensão, na prática os empreendedores costumam ter dificuldade em diferenciar um custo fixo de um custo variável na sua empresa.
Se você também tem essa dor de cabeça e não consegue otimizar os resultados da sua empresa por conta disso, não exite em nos contatar!
