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Novas Regras Contábeis do IFRS 9 para Bancos: O que Muda a Partir de Janeiro de 2025?

Novas Regras Contábeis do IFRS 9 para Bancos: O que Muda a Partir de Janeiro de 2025?

Sumário

As novas regras contábeis do IFRS 9 entram em vigor para os bancos brasileiros em janeiro de 2025, marcando uma mudança significativa no setor financeiro. Introduzidas originalmente em 2018 pelo International Accounting Standards Board (IASB), essas normas têm como objetivo principal padronizar o armazenamento de dados fiscais e modernizar a gestão de ativos financeiros. A implementação no Brasil, supervisionada pelo Banco Central, é considerada um marco regulatório importante, alinhando o país às melhores práticas internacionais.

Segundo Isaac Sidney, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a adoção do IFRS 9 representará um avanço para o setor. Ele destacou o acerto na estratégia de implementação gradual, que minimiza custos operacionais e reduz impactos tecnológicos. Mas o que exatamente essa mudança significa para os bancos e como afetará os balanços financeiros? Abaixo, exploramos os detalhes e os impactos dessa transição.

Novas Regras Contábeis do IFRS 9 para Bancos: O que Muda a Partir de Janeiro de 2025?

O que é o IFRS 9 na prática?

O IFRS 9 foi criado em resposta à crise financeira de 2008, trazendo novos padrões para a avaliação e mensuração de ativos financeiros. Essa norma substituiu a antiga IFRS 39, que era considerada inadequada para lidar com riscos de crédito e situações de inadimplência. A principal inovação do IFRS 9 está na integração entre os processos de concessão, precificação e provisionamento de risco de crédito.

De acordo com um relatório da PwC, o IFRS 9 define novos modelos de classificação e mensuração de ativos, além de introduzir uma abordagem específica para contabilidade de hedge. Essa estratégia é usada por empresas para mitigar riscos financeiros associados a oscilações de mercado. A norma também busca garantir que a contabilidade reflita de forma mais fiel a realidade econômica dos ativos financeiros.

Ao padronizar os critérios para gestão de risco de crédito, o IFRS 9 promove maior consistência e integração nos processos internos das instituições financeiras. Isso resulta em maior transparência nos relatórios financeiros e, consequentemente, em maior confiança dos investidores e reguladores.

Novas Regras Contábeis do IFRS 9 para Bancos: O que Muda a Partir de Janeiro de 2025?

Impactos na Provisão para Devedores Duvidosos (PDD)

Uma das principais áreas impactadas pelo IFRS 9 é a provisão para devedores duvidosos (PDD). Esse item contábil é crucial para os balanços financeiros dos bancos, pois representa os valores reservados para cobrir possíveis calotes em empréstimos e financiamentos. Com a nova metodologia, espera-se um aumento significativo no volume de provisões em muitas instituições.

A principal diferença é que as provisões passarão a ser calculadas com base em uma abordagem prospectiva, que considera perdas esperadas ao invés de perdas ocorridas. Isso significa que os bancos deverão reconhecer perdas potenciais assim que um risco for identificado, mesmo que ele ainda não tenha se materializado. Essa mudança pode levar a um aumento inicial nos provisionamentos.

O Banco Central do Brasil declarou que, embora a transição possa gerar custos adicionais no curto prazo, ela não representa riscos para o Sistema Financeiro Nacional (SFN). Pelo contrário, o novo padrão deve fortalecer o sistema ao torná-lo mais resiliente a crises.

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Reconhecimento Antecipado de Perdas de Crédito

Outro impacto importante é o reconhecimento antecipado de perdas de crédito. O IFRS 9 introduz o conceito de “perda esperada”, que substitui o modelo de “perda incorrida”. Essa abordagem exige que os bancos estimem potenciais perdas de crédito desde o momento da concessão do empréstimo, o que exige maior sofisticação nos modelos de risco.

Essa mudança foi destacada em relatório da Fitch Ratings, que avaliou que o novo regramento pode gerar um provisionamento inicial mais elevado. No entanto, esse aumento é considerado um reflexo da maior transparência e prudência exigidas pela norma. Além disso, a nova abordagem pode ajudar os bancos a identificar e mitigar riscos com maior rapidez.

Na prática, isso significa que os balanços financeiros dos bancos poderão apresentar uma maior volatilidade, especialmente em cenários de instabilidade econômica. No entanto, a expectativa é que essa volatilidade seja compensada pela maior segurança e credibilidade dos relatórios.

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Benefícios da Padronização Contábil

A adoção do IFRS 9 traz vários benefícios para o setor financeiro. Em primeiro lugar, ela promove maior uniformidade nos relatórios financeiros, facilitando a comparação entre bancos de diferentes países. Isso é particularmente importante para investidores e analistas, que podem tomar decisões com base em informações mais confiáveis e consistentes.

Outro benefício é o fortalecimento da gestão de riscos. Ao exigir maior integração entre os processos de concessão de crédito e provisionamento, o IFRS 9 ajuda os bancos a identificar e gerenciar riscos de forma mais eficaz. Isso pode resultar em maior estabilidade para o setor como um todo.

Por fim, a maior transparência proporcionada pela norma também é um ponto positivo. Com relatórios financeiros que refletem de forma mais precisa a realidade econômica, os bancos podem fortalecer sua reputação junto a investidores, clientes e reguladores.

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Quais são os Desafios na Implementação do IFRS 9 ?

Apesar dos benefícios, a implementação do IFRS 9 também apresenta desafios significativos. Um dos principais é o custo operacional, especialmente para bancos menores que podem não dispor dos mesmos recursos que as grandes instituições. A necessidade de atualizar sistemas e processos também pode representar um obstáculo.

Outro desafio é a complexidade dos modelos de risco exigidos pela norma. Para cumprir os requisitos do IFRS 9, os bancos precisarão investir em tecnologia e em capacitação de equipes. Isso pode ser particularmente desafiador em um ambiente de pressão por redução de custos.

Por fim, a transição para o novo padrão pode gerar incertezas nos primeiros anos de adoção. Isso ocorre porque os bancos precisarão ajustar suas estratégias e processos internos para se adequarem às novas regras. No entanto, a implementação faseada proposta pelo Banco Central deve mitigar esses impactos.

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Considerações Finais

A entrada em vigor do IFRS 9 em janeiro de 2025 marca um novo capítulo para o setor bancário brasileiro. Ao alinhar o país às melhores práticas internacionais, a norma representa um passo importante rumo à modernização e transparência do sistema financeiro. Apesar dos desafios, os benefícios de maior consistência, transparência e gestão de riscos são inegáveis.

Com a implementação gradual e o apoio do Banco Central, espera-se que o setor esteja preparado para enfrentar as mudanças e colher os frutos dessa transição. Para os bancos, o IFRS 9 representa não apenas um desafio, mas também uma oportunidade de aprimorar seus processos e fortalecer sua posição no mercado global.

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