Econsult

Pessoa vendo os melhores tipos de indicadores financeiros

5 tipos de indicadores financeiros que você não pode deixar de analisar

5 tipos de indicadores financeiros que você não pode deixar de analisar

Sumário

Segundo um levantamento feito pelo IBGE, cerca de 60% das empresas fecham em até cinco anos após abrir as portas. Isso é um dado assustador, certo? Ele fica mais assustador ainda quando se leva em conta que foi feito em um período pré-pandêmico. Mas afinal, por que isso acontece?

De acordo com especialistas do Sebrae, um dos principais problemas em gerir um empreendimento é justamente a parte gestão, tanto de compreender dados e indicadores quanto de efetivamente utilizá-los para tomar decisões. Para um negócio ter sucesso, é fundamental que exista um bom planejamento financeiro. E para isso, é muito importante saber interpretar algunsttipos de indicadores financeiros.

Por isso, estamos aqui hoje para te ensinar sobre os principais indicadores financeiros e como analisá-los para compreender melhor a saúde e o funcionamento da sua empresa.

Fluxos de Caixa

O conceito de Fluxo de Caixa talvez seja o mais importante durante toda a análise de um projeto, sendo um grande demonstrativo acerca da capacidade de gerar caixa de um empreendimento.

Além de ser a base de diversos indicadores financeiros, os fluxos de caixa, se bem observados, podem também trazer informações preciosas sobre o desempenho da empresa. Por isso, essa análise visará o entendimento, e não a construção desse modelo.

Em uma ótica financeira, os fluxos de caixa apresentam as entradas e saídas de valores da empresa. Em síntese, tudo aquilo considerado como receita representará um valor positivo, enquanto os custos e despesas serão subtraídos do faturamento inicial.

Exemplo de Fluxo de Caixa Simplificado para os tipos de indicadores financeiros
Exemplo de Fluxo de Caixa Simplificado para os tipos de indicadores financeiros

Esse fluxograma lógico permite responder alguns simples questionamentos acerca do desempenho do empreendimento. “A empresa está conseguindo cobrir seus gastos?”, “Como estão os custos fixos e variáveis?”, “Será que os preços utilizados estão coerentes?”.

Contudo, o conhecimento dos fluxos de caixa permite a análise de informações ainda mais rebuscadas. E aqui é importante ressaltar o plural da palavra, visto que existem muitos fluxos a serem explorados. Abaixo, estão listados dois dos mais importantes:

Fluxo de Caixa Acumulado

Intuitivamente, o Fluxo de Caixa Acumulado (FCA) apresenta o somatório dos resultados de períodos anteriores, representando assim, o saldo disponível em caixa para uma empresa em determinado período.

Sua análise possibilita conhecer melhor a evolução dos resultados de exercícios ao longo dos meses. O valor acumulado, é ainda utilizado no cálculo de diversos indicadores financeiros e de viabilidade, como TIR, Payback, ROI, etc.

O FCA pode trazer uma visão aproximada do valor disponível na empresa para reservas. Entretanto, nesse âmbito é necessário conhecer a diferenciação entre Regime de Caixa e Regime de Competência.

Caso seja calculado para valores futuros, o FCA é ainda usado em diversas metodologias para determinar o valor justo de uma empresa. Para isso, entretanto, é necessário compreender a proposta do Fluxo de Caixa Descontado.

Fluxo de Caixa Descontado

A construção do Fluxo de Caixa Descontado (FCD), baseia-se em trazer uma projeção estimada do caixa da empresa para valor presente. Em outras palavras, o FCD representa uma renda futura em valores atuais, considerando, entre outros fatores, o risco e a inflação.

Para isso, utiliza-se uma Taxa de Desconto, que representa nada mais que a porcentagem do valor que será perdido, devido à diferença intertemporal.

Muitos cálculos utilizam a Taxa Básica de Juros (Selic) para esse desconto. Entretanto, a Econsult e outras consultorias consolidadas optam por uma metodologia mais rebuscada, que além dos fatores acima, expressa o custo de oportunidade do investimento.

A análise do FCD permite auxiliar na valoração do empreendimento, além de promover a compreensão do desempenho futuro da empresa em fatores presentes, possibilitando o conhecimento de sua evolução.

Taxa Interna de Retorno (TIR)

A Taxa Interna de Retorno, ou TIR, é um indicador financeiro que responde a uma pergunta muito comum entre empreendedores e investidores: “Quanto este investimento rende ao ano?”.

Esse indicador é muito utilizado na análise de risco e viabilidade de novos projetos, mas também fornece informações importantes para empresas já existentes.

Sua informação principal, consiste na porcentagem do investimento inicial, que o empreendimento trará de rendimento em um ano.

Como calcular?

Seu valor corresponde à taxa de desconto que igualaria o investimento inicial aos fluxos de caixa futuros, ou seja, tornaria o Valor Presente Líquido (VPL) da empresa igual à 0. Portanto, encontra-se a TIR solucionando a seguinte equação:

Exemplo de como realizar o cálculo
Exemplo de como realizar o cálculo

É válido ressaltar que essa equação nada mais é do que a fórmula utilizada para encontrar o VPL. Entretanto, como apresentado, substitui-se a Taxa de Desconto pela TIR, sendo esse o valor a ser encontrado, e iguala-se o outro lado à zero.

Esse mesmo valor pode ser encontrado no Excel com mais facilidade, utilizando-se a fórmula “=TIR(X)” ou “=IRR(X)” (do inglês Internal Return Rate), onde X corresponde ao valor do Fluxo de Caixa Acumulado ao final do período determinado.

MTIR

Contudo, é importante apresentar que a TIR possui algumas limitações. Não é recomendada que ela seja utilizada quando a empresa possui dívidas, ou seja, possua parte de seu financiamento externo.

Além disso, a TIR pode apresentar um valor distorcido, caso os fluxos de caixa “mudem de sinal” ao longo dos anos, ou seja, haja lucro e prejuízo contábil intercalados (Exemplo: Ano 1 – Lucro, Ano 2 – Prejuízo, Ano 3 – Lucro…).

Para esses casos, utiliza-se a Taxa Interna de Retorno Modificada (MTIR), que permite o uso de uma Taxa de Financiamento (K), bem como uma Taxa de Reinvestimento (Y), sendo a última muitas vezes a própria Taxa de Desconto.

A MTIR pode também ser calculada no Excel pela seguinte fórmula: “=MTIR(X;K;Y)”. É válido lembrar que ela expressará as mesmas informações da TIR, mas nas condições apresentadas acima.

Retorno sobre o Investimento (ROI)

Outro importante indicador financeiro que possibilita maior assertividade nas tomadas de decisão é o Retorno sobre o Investimento. O valor desse indicador fornece qual é o retorno que um investimento gera para cada 1 real alocado nele.

Trata-se de um índice muito versátil, uma vez que pode ser aplicado tanto para atestar a viabilidade de novos negócios, quanto para analisar a performance de investimentos em empreendimentos já existentes.

Uma aplicação bastante comum do ROI, por exemplo, é o investimento em marketing. Nesse sentido, para compreender a eficiência de sua publicidade, diversos empresários medem qual o retorno para o seu negócio de um investimento maior nessa área.

O cálculo é tão simples quanto essa definição, sendo a soma dos fluxos de caixa descontados mais o módulo do investimento inicial dividido pelo módulo do investimento inicial.

Margem Líquida

A margem líquida consiste em um indicador financeiro essencial para o entendimento do desempenho de um negócio. Assim, após pagar todas as despesas, tanto fixas como variáveis, e os tributos, a margem líquida mostra a quantia em dinheiro que a empresa lucra a cada real de receita obtido.

Com esses dados, é possível verificar se a empresa está conseguindo lucrar com sua atividade-fim, seja esta a venda de um produto ou a prestação de um serviço.

A partir dessa informação, é possível analisar e comparar a atuação de empresas e até mesmo detectar possíveis problemas que impactem o lucro líquido do negócio. O cálculo desse indicador é dado pela porcentagem resultante da divisão do lucro líquido pela receita líquida.

Liquidez Corrente

A Liquidez Corrente é um indicador muito utilizado para avaliar o risco de uma empresa, visto que analisa a capacidade de um empreendimento pagar seu passivo no curto prazo. Dado que se trata de uma análise feita no curto prazo, deve-se utilizar ambos os ativos e passivos circulantes.

Nesse sentido, ativos circulantes representam os ativos mais líquidos, ou seja, que podem ser convertidos em um curto período de tempo, tais como disponíveis, contas a receber e estoques. Enquanto os passivos circulantes representam as dívidas que devem ser pagas no curto prazo, como salários a pagar, dívidas com fornecedores, empréstimos, dentre outros.

 Dessa maneira, a fórmula fica assim:

Liquidez Corrente = Ativo Circulante / Passivo Circulante

Ao realizar esse cálculo, encontrará uma medida que define o quanto os seus ativos conseguem quitar suas dívidas em curto prazo. Quanto maior esse índice, maior é a facilidade de quitar as obrigações. Já no caso contrário, um número menor que 1 diz que o passivo é maior que os ativos, de modo que pode indicar uma situação de risco para o empreendimento.

Conclusão

Portanto, é essencial conhecer os principais indicadores financeiros para realizar uma boa análise do seu empreendimento. Agora, com esse conhecimento técnico, você poderá se destacar no mercado e inovar na sua gestão empresarial.

Autores
Vitor Nogueira – LinkedIn
Carlos Eduardo Werneck – LinkedIn
Leonardo de Sena – LinkedIn

Compartilhe com alguém!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Confira o Blog da Econsult!

Nele, postamos artigos com dúvidas frequentes dos nossos clientes de Consultoria em Finanças.

Precisa de ajuda?