Você, que gerencia as finanças da sua empresa ou pretende gerenciar, já deve ter se deparado com o termo “DRE” e, provavelmente, já conheça qual o seu significado.
Porém, muito mais importante do que saber seu conceito é saber como fazer uma em sua empresa.
E ainda mais importante, para sua empresa, é saber interpretar uma DRE e, a partir dessa análise, traçar planos de ação para os resultados que estão abaixo do esperado.
Por isso, neste blog, você vai aprender desde o básico, como o significado e a importância de uma DRE, até os conhecimentos mais avançados sobre como realizar e analisar o Demonstrativo do Resultado do Exercício da sua empresa.
Quer aprender a interpretar melhor os dados da sua DRE? Então continue lendo!
O que significa a DRE?
O DRE (Demonstração do Resultado do Exercício), é um tipo de demonstrativo financeiro, assim como o Balanço Patrimonial e o Demonstrativo de Fluxos de Caixa, que lista as receitas, despesas e custos de uma empresa ao longo de determinado período.
Porém, o mais comum é observar um período mensal, como nas empresas de capital fechado, ou trimestral, como acontece na divulgação da DRE de empresas listas na bolsa de valores.
A última linha da DRE mostra o Lucro Líquido da empresa, que é uma medida de sua rentabilidade no período e também é considerado seu “resultado”.
Por isso, o demonstrativo recebe o nome de Demonstração do Resultado do Exercício.
Para que serve a DRE de uma empresa?
Além da DRE ser importante, ela é necessária por lei, pois está previsto na lei nº 11.638/2007 a obrigatoriedade do Demonstrativo de Resultado do Exercício, exigindo que as empresas Ltdas. mantenham registro do seu resultado.
Caso contrário, a empresa pode sofrer sansões legais.
Apesar da lei obrigar o registro anual, fazer uma DRE em sua empresa mensalmente é muito importante para ter clareza sobre os resultados que ela gera e sua oscilação.
Pois, por conta do detalhamento presente em uma DRE, é possível identificar os fatores que estão diminuindo o seu resultado, ou seja, o Lucro Líquido.
Quer um exemplo?
Resultados negativos na DRE podem estar associados ou com a receita, ou com uma das formas de despesa.
Então, se o problema estiver associado com a receita, ficará evidente através de uma queda nesse indicador.
Essa falta de vendas, por sua vez, pode ser consequência de uma precificação equivocada, preços acima do seu valor ideal, ou de uma má gestão em marketing, por exemplo.
De forma geral, a DRE é uma ferramenta que auxilia a gestão financeira.
Além disso, dá pistas sobre a fonte dos problemas que a empresa está passando.
Como fazer a DRE de uma empresa?
A estrutura do DRE segue o regime de competência.
Com base neste princípio, o DRE retrata basicamente o fluxo de receitas e despesas do período de apuração.
Enquanto o Balanço Patrimonial exibe os ativos e passivos, a DRE traz o que os ativos e os passivos geraram para empresa.
A teoria parece simples, mas como fazer a DRE de uma empresa?
Vamos explicar, de maneira geral, como uma DRE de uma empresa deve ser feita.
Algumas coisas podem variar de acordo com o tamanho do negócio.
Por exemplo, grandes empresas costumam ter mais detalhes em suas demonstrações, inclusive algumas passam por processos de auditoria como é o caso das empresas de capital aberto, como a Vale e a Petrobrás.
O que uma DRE deve ter?
Confira os principais pontos que uma DRE deve conter:
(+) Receitas de Vendas
A primeira linha do balanço agrupa o valor gerado pelo total de vendas dos produtos ou serviços que uma empresa realizou durante determinado período de apuração (trimestral, semestral ou anual).
(-) Deduções e Impostos
Logo em seguida podemos colocar os impostos.
Os impostos podem ser oriundos das vendas da empresa, como ICMS, ISS, IPI, entre outros.
Além disso, algumas empresas possuem regime de tributação especial ou recebem um benefício fiscal que retornam para empresa como desconto no imposto a pagar ou como estorno de valores.
(=) Receita Operacional Líquida
É a diferença entre as Receitas e os Imposto, sendo um dos primeiros indicadores gerado pela DRE.
(-) Custo das Vendas
Neste ponto, destacamos o CPV (Custo de produtos vendidos), CMV (Custos de mercadorias vendidas) e CSP (Custo dos Serviços Prestados).
É basicamente o custo que uma empresa possui para fabricar um produto ou preparar um serviço. Excluímos aqui o custo da mão de obra, levando em consideração somente o insumo e matéria-prima.
(=) Lucro Bruto
O lucro bruto é a diferença entre a receita líquida e o custo das vendas.
Lucro obtido sem descontar o imposto devido, as despesas operacionais da empresa ou depreciação e amortização.
(-) Despesas Gerais
Aqui temos podemos subdividir as despesas em comercial e administrativa.
- A despesa comercial está relacionada diretamente com as vendas da empresa, por exemplo, comissão, deslocamento de vendedores em reuniões, entre outros.
- Já as despesas administrativas estão ligadas ao funcionamento da empresa, como marketing, salários, contas de manutenção do escritório (água e luz por exemplo), entre outros.
Percebemos que as despesas administrativas são muito mais lineares em comparação com as despesas comerciais.
(-) Depreciação e Amortização
Não é de fato uma despesa de caixa, mas representa uma estimativa dos custos que surgem do desgaste ou obsolescência dos ativos da empresa.
(=) EBITDA ou LAJIDA
Em uma análise financeira geralmente calcula-se o lucro da empresa antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA em inglês ou LAJIDA em português).
Como a depreciação e a amortização não são despesas de caixa – ou seja, nenhum valor de fato sai do caixa da empresa – o EBITDA reflete o que uma empresa obteve de suas operações.
Este indicador reflete a capacidade de uma empresa gerar caixa, por isso é muito importante e bastante utilizado.
Cálculo do EBITDA:
(+) Receitas Financeiras
São juros recebidos através de aplicações financeiras (CDBs, Renda Fixa, ganhos com variações cambiais, entre outros) com o dinheiro da empresa.
(-) Despesas Financeiras
São multas, valores pagos em juros de empréstimos e financiamentos, perdas com variações cambiais, entre outros.
(=) Resultado Financeiro
É a diferença entre as Receitas Financeiras e as Despesas Financeiras.
(=) Resultado antes do IRPJ e CSLL
Este é o resultado da conta até aqui, sem considerar os impostos do IRPJ e do CSLL – que diferem dos impostos descritos anteriormente.
(-) IRPJ e CSLL
IRPJ (Imposto de Renda de Pessoa Jurídica) e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) são tributos cobrados sobre o Resultado Operacional de acordo com o regime tributário de cada empresa, levando em conta o porte da empresa (pequeno, médio ou grande) e o regime tributário escolhido (Simples Nacional, Lucro Real ou Lucro Presumido).
(=) Lucro Líquido
Por fim, temos o resultado líquido, obtido a partir da subtração dos impostos e taxas pagas. Esse valor corresponde ao resultado final da empresa, ou seja, é a renda adicional que a empresa gerou naquele período.
Conclusão
Compreender um Demonstrativo de Resultado é bem fácil, com conceitos simples e intuitivos na maior parte do documento, uma DRE geralmente traz resultados mensais, trimestrais, semestrais ou anuais.
A apuração do resultado do exercício fornece informações muito úteis quanto à rentabilidade do negócio e como estão ligados ao valor da empresa.
Podemos utilizar a DRE para fazermos o cálculo do valor da empresa (Valuation), ou criar outros indicadores para avaliar o desempenho do negócio.
Uma resposta em “Como estruturar um DRE para controlar suas finanças?”
estas explicacoes sao muito valiosas para nos contadores novatos que ainda nao fez e nao sabe fazer obrigado pelas demostração de resultado