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Inflação acumulada o que é e como ela afeta a sua empresa

Inflação acumulada: o que é e como ela afeta a sua empresa 

Inflação acumulada: o que é e como ela afeta a sua empresa 

Sumário

O comportamento da inflação acumulada é uma das informações mais transmitidas pelos meios de comunicação para apresentar a situação da economia. É importante entender o porquê desses dados serem relevantes, como são adquiridos, calculados e afetam consumidores e produtores.

O que é inflação

A inflação representa o aumento nos preços de adquirir uma grande variedade de produtos e serviços sem haver um aumento proporcional na renda ou quantidade consumida. Desta forma, a inflação afeta a vida dos consumidores ao alterar seus hábitos de consumo, suas expectativas e também tem muitos efeitos sobre os negócios. 

A inflação age no poder de compra, pois representa a desvalorização da moeda brasileira, o Real, e refere-se ao desgaste da capacidade de consumo e no declínio da rentabilidade dos investimentos quando está em níveis elevados. 

O principal índice para medir o nível de preços desses produtos e serviços para a população é registrado pelo IPCA. Através desse índice é possível calcular a variação da inflação em relação a outros períodos e observar a inflação acumulada, que mede a variação entre um espaço de tempo. A partir dessas informações, o Banco Central pode tomar decisões que ajudam a controlar os preços, além de guiar as expectativas dos agentes econômicos.

Entre os efeitos do aumento da inflação que impactam as empresas estão:

  • Desvalorização do real
  • Dificuldade de pegar empréstimos
  • Aumento na taxa de juros
  • Aumento do preço dos insumos
  • Redução do consumo

Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)

Algumas instituições coletam os preços de diversos itens que formam uma cesta de consumo e através disso calculam o índice de variação em relação a outro período. O consumo de diferentes classes socioeconômicas difere, e por isso há vários índices, como IPCA, INPC e IPP.

Os itens que compõem essas  cestas são definidos pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) realizada pelo IBGE e contém produtos alimentícios, escolares, médicos, gastos com transporte, entre outros que podem depender da renda familiar. 

Por exemplo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo IBGE, considera o preço da cesta de famílias com renda mensal de 1 a 5 salários mínimos, que apesar de representar apenas uma parcela da população, representa a parcela mais afetada pela alta dos preços. 

Já o índice mais relevante para o país na totalidade é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que engloba o consumo médio de determinados bens e serviços das famílias com renda mensal de 1 a 40 salários-mínimos. 

O IPCA abrange grande parte da população e é o índice oficial do governo federal brasileiro. Assim sendo, é uma referência para as autoridades adotarem políticas econômicas, fiscais, monetárias ou cambiais, inclusive é o índice considerado quando são estabelecidas as metas para a inflação acumulada em cada ano. 

Por levar em conta um intervalo de renda tão grande, esse índice é considerado um bom representante para capturar a evolução da maioria dos preços que impactam as famílias brasileiras da maioria das classes de renda.

Inflação acumulada

O IPCA é calculado mensalmente pelo IBGE, mas é de grande interesse econômico acompanhar o crescimento da inflação durante períodos maiores, como o de um ano, ou poder ter métricas que se estendem até um futuro mais longe para poder ser feito um planejamento ou que sejam criadas expectativas por parte do governo e empresários.

 O nome dado a essas métricas é inflação acumulada, que pode ser usada de diferentes formas, como “inflação acumulada pelo INPC”, “inflação acumulada trimestral” ou “inflação acumulada anual pelo IPCA”. Essa última é a utilizada para determinar se o país atingiu a meta da inflação estabelecida para o ano, ficou abaixo da meta ou acima. 

Em outras palavras, a inflação acumulada é sobretudo a variação de um determinado indicador de inflação no período estipulado e uma métrica de como anda a economia no sentido inflacionário de acordo com esse indicador. 

Dada a importância do IPCA e do seu valor acumulado anual, há diversos mecanismos desenvolvidos para estimar que efeito apresenta, dois deles são a Calculadora IPCA, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Calculadora Cidadão, elaborada pelo Banco Central do Brasil (Bacen). 

Ambas permitem corrigir pelo índice de preços um valor especificado em uma data no passado e assim saber “quanto vale” esse valor em outra data. Através dessas calculadoras, você pode saber qual é a capacidade de compra que uma quantia teria em outra data. Por exemplo, a calculadora diz que em dezembro de 2021 você precisa de R$ 387,57 reais para conseguir comprar as mesmas coisas que você compraria em dezembro de 1999 com R$ 100,00. A variação entre esses dois períodos foi 287,57%.

O cálculo da inflação acumulada

Apesar de existirem calculadoras capazes de fazer essa conta, entender como é feito o cálculo da inflação acumulada é interessante para ajudar a compreender o seu significado. É muito simples: a inflação acumulada mostra a inflação entre dois períodos, ou seja, a mudança dos preços, então o cálculo representa simplesmente a diferença entre dois valores de referência na forma de porcentagem. 

No caso do IPCA, o IBGE computa “números-índice” junto à porcentagem de diferença relativa ao mês anterior e esses valores são os utilizados no cálculo da inflação acumulada e na correção de valores. Esses valores são disponibilizados no Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA) em uma tabela atualizada mensalmente nomeada pelo código de identificação “1737”. 

Usando esses números de referência, de forma matemática, o cálculo pode ser descrito como a divisão do número referência mais atual pelo número referência mais antigo (fator de diferença entre os valores) multiplicado por 100. O resultado é quantos por cento da inflação antiga é a inflação nova e se subtrair 100 do resultado (que representa “100%” da inflação antiga) obtém-se a variação entre as duas referências de inflação.

Efeitos sobre as empresas

Associando essa temática com as empresas, os investimentos são afetados pela inflação acumulada em vários aspectos. Porque além de aumentar o valor dos insumos e equipamentos básicos para o negócio, a mesma reduz o padrão de vida dos indivíduos

Consequentemente, os compradores precisam escolher os itens essenciais de sua cesta, isso dá à economia um caráter prioritário no consumo, prejudicando determinados negócios que oferecem bens e serviços considerados supérfluos pela população. Por exemplo, o grupo que possui maior peso na cesta familiar é o de alimentação e bebidas, enquanto os que possuem menores pesos são artigos de residência e vestuário. 

Taxa de câmbio

Com a desvalorização monetária do Real, a taxa de câmbio também interfere nos insumos encarecendo os bens e serviços a venda, pois tal elevação na taxa cambial torna o mercado exterior mais rentável para o vendedor, diminuindo em consequência as vendas no mercado interno e apresentando este mercado como  potencial caso seja viável e possível englobá-lo como público-alvo.

Aumento da taxa de juros

Outro motivo existente se dá na expansão da taxa de juros, já que a mesma é a principal ferramenta do Banco Central para controlar a taxa inflacionária, tanto mensal quanto a acumulada. Diante disto, o aumento dos juros prejudica os investimentos em novos negócios e também na expansão de capital, pois a rentabilidade de poupar é mais efetiva em cenários com taxa de juros alta.

Encarecimento de empréstimos

O encarecimento de empréstimos também é um dos diversos fatores, visto que muitos negócios partem de financiamento bancário a fim de se inserir no mercado. Logo, haverá uma maior dificuldade para financiar o crédito usufruído no passado com o aumento da inflação acumulada, pois a mesma prejudica o valor presente, encarecendo o preço do empréstimo adquirido.

Expectativas 

O efeito cascata proporcionado por esta elevação, interfere diretamente não só no sentido concreto da economia, uma vez que quadros com alta variação inflacionária interferem nas expectativas de todos os agentes econômicos. Assim, com uma previsibilidade negativa para o futuro, a expectativa de começar ou continuar com um empreendimento pode ser facilmente alterada.

Conclusão

Por fim, esse texto teve o objetivo de apresentar os principais fatores externos relacionados à inflação acumulada que conseguem gerar alterações no desempenho de todas as empresas residentes no país. 

Desta forma, foram apresentados tanto a origem do dado inflacionário quanto o respectivo comportamento de tal taxa, em relação à moeda, ao câmbio, à taxa de juros e as expectativas.

Em virtude disso, estabeleceu-se uma relação de causa e efeito entre os fatores mencionados e as alterações no setor empresarial que este índice proporciona. Sendo assim, é possível identificar os fatores mais importantes a serem considerados para o entendimento da inflação acumulada nos empreendimentos.

Assim, tal ação possibilita uma análise estratégica que facilita identificar aspectos fundamentais dentro do aspecto macroeconômico das empresas, como a importância do poder de compra, encarecimento de empréstimos e o aumento do preço dos insumos.

No mais, feita a exposição acima, torna-se importante manter-se atualizado a respeito de notícias relacionadas a este fator durante todo o período de planejamento e funcionamento da empresa, pois qualquer mudança pode significar que novos rumos serão tomados pelo setor. 

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