As criptomoedas são a maior revolução nos processos de transações bancárias atuais.
O que é uma criptomoeda?
As criptomoedas nada mais são do que unidades monetárias virtuais, ou seja, uma moeda incorpórea que tem sido utilizada, em certos mercados, como troca por bens e serviços. Juridicamente, não pode-se dizer que essas transações constituem uma venda, pois a moeda é uma prerrogativa de exclusividade do Estado. No entanto, na prática, elas são utilizada justamente com essa finalidade.
O fato de ser virtual e de não ser vinculada a nenhuma instituição resulta em três grandes diferenciais das moedas tradicionais:
Primeiro, a descentralização, ou seja, não necessitam de nenhum banco central ou Estado para existirem, o que facilita, por exemplo, transações com o exterior, já que não sofrem taxação como o IOF. Além disso, as oscilações de preço das criptomoedas ocorrem de acordo com a própria economia.
Outra diferença é o anonimato garantido pelas criptomoedas, já que a grande maioria não necessita do fornecimento de informações pessoais para utilizar o serviço.
Além disso, a tecnologia por trás das delas garante a segurança das transações. O sistema Blockchain, uma espécie de livro-ata eletrônico contabiliza as transações armazenando-as em um espaço comunitário em que não podem ser apagadas. Dessa forma, as informações ficam acessíveis e verificáveis para todo o público.
História das criptomoedas
Apesar de ser a mais famosa e de ser a primeira a se estabilizar no mercado, existiram outras moedas que antecipam as Bitcoins. Dois exemplos são a B-Money e a BitGold, ambas nunca chegaram a se concretizar, mas serviram de base para a criação das Bitcoins, principalmente, devido aos estudos criptográficos que estas moedas forneceram.
Com o avanço desses estudos nos anos 80, o engenheiro de software Wei Dai desenvolveu, o que seria a primeira versão da moeda virtual, a chamada “B-money”, já caracterizada pela descentralização e pelo anonimato.
Em 2005, com a facilidade do sistema blockchain, o criptógrafo Nick Szabo desenvolveu o Bitgold, que serviu de base para o desenvolvimento das bitcoins.
Já em 2009 começa a rede Bitcoin quando Satoshi Nakamoto, pseudônimo do criador desconhecido dessa moeda, mineirou os primeiros bitcoins. Ele desaparece em 2011 dos fóruns, artigos e contribuições de código acerca do bitcoin. Mas o aperfeiçoamento do blockchain permitiu que os usuários escrevessem contratos mais inteligentes. Tal sacada permitiu a formação de organizações autônomas descentralizadas que possibilitou que o esforço da comunidade em geral continuasse desenvolvendo essa moeda.
Com o sucesso das bitcoins alternativas de moedas foram criadas e hoje somam mais de 1500. Algumas delas são: Litecoin, Monero, Petro e Dogecoin.
Implicações das criptomoedas e do blockchain no mercado das finanças
Devido ao fato de ser um sistema totalmente descentralizado, que está ao alcance de qualquer usuário com internet, as criptomoedas são a maior revolução nos processos de transações bancárias, em especial devido à tecnologia de Blockchain que pode ser utilizada com diversas finalidades além dos sistemas de criptomoedas.
Em 2016, a revista Época publicou uma reportagem com dados da Associação Internacional de Securitizadoras que afirmavam que 55% das empresas securitizadoras que participam da associação já estão trabalhando em pesquisa e desenvolvimento de Blockchain. Também, é de grande interesse para o setor, tanto privado, como público, uma vez que, as criptomoedas, através do sistema Blockchain oferecem uma confiável maneira de enviar informações sem precisar do intermédio de um banco. Dessa forma, o blockchain tem potencial para revolucionar a maneira como pagamentos, empréstimos e captação de capitais são feitos.
Com a promessa de uma tecnologia disruptiva, muitas firmas do mercado financeiro, bancos, seguradoras e firmas de investimento estão interessados em soluções que usam a tecnologia do blockchain. A grande justificativa é que essa tecnologia muito efetiva para reduzir custos, uma vez que, os intermediários de transações bancárias, por exemplo, tornam o processo custoso e complexo. O banco Santander colocou a economia potencial em US $ 20 bilhões por ano. A empresa francesa de consultoria Capgemini, estima os consumidores poderiam economizar até US $ 16 bilhões em taxas bancárias e de seguros a cada ano por meio de aplicativos baseados em blockchain. è interessante que o blockchain pode permitir que os executivos como o JPMorgan Chase, o Citigroup e o Credit Suisse, todos atualmente investindo na tecnologia, façam mais com menos, simplifiquem seus negócios e reduzam o risco no processo.
Além disso, a partir da redução dos custos de transações em todos os setores da economia o Blockchain pode tornar redundante a atual forma de armazenamento de dados, a partir desse sistema integrado de colaboradores. Por exemplo, atualmente, novos empreendimentos precisam do apoio de investidores-anjo no início de seus serviços, depois, vão a procura de capitais de risco e culminam em ofertas públicas na bolsa de valores. Essa forma tradicional necessita de vários intermediários como banqueiros, operadores de câmbio, auditores, advogados e plataformas de crowdfunding, que tornam esse processo complicado e custoso. Com a tecnologia Blockchain esta estrutura é alterada, permitindo que empresas de qualquer porte, inclusive startups levantem dinheiro nas plataformas de blockchain.
Segundo a Harvard Business Review, em 2016, as empresas de blockchain arrecadaram US$ 400 milhões de investidores de risco tradicionais e quase US$ 200 milhões por meio de ICOs, abreviatura de Initial Coin Offering (Oferta inicial da moeda), que nada mais são do que novas criptomoedas mascaradas de empresas. Eles representam plataformas de gerenciamento de conteúdo e direitos digitais, fundos de risco distribuídos e até mesmo novas plataformas para facilitar o investimento em ICOs é e o gerenciamento de ativos digitais.
Percebe-se que a mudança trazida pelas criptomoedas não é pequena e aparenta ter chegado para ficar. Cada dia mais a economia digital ganha importância e inovações como essa aparecem no mercado. Para saber, como as fintechs também estão revolucionando o mercado financeiro, clique aqui.